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Nacional
05/12/25 às 10:23

VAR em destaque no FC Porto–Vitória: decisões acertadas, intensidade no limite e uma noite de arbitragem sob grande pressão

O FC Porto–Vitória de Guimarães, dos quartos de final da Taça da Liga, ficará como um dos jogos mais intensos — e mais escrutinados — da época, não apenas pelo 3-1 que ditou a eliminação portista, mas sobretudo pelo papel decisivo do VAR e pela quantidade invulgar de faltas, cartões e interrupções

Entre a análise técnica de Pedro Henriques e a unanimidade do Tribunal O JOGO, o encontro oferece um autêntico dossiê sobre arbitragem moderna: decisões milimétricas, momentos de tensão e uma disciplina que roçou o limite.

O penálti revertido que marcou a noite — e o consenso raro entre especialista.

O lance aos 21 minutos tornou-se o centro de toda a discussão. Hélder Carvalho assinalou grande penalidade por falta sobre Samu, mas o VAR, através de Tiago Martins, identificou uma infração anterior: Alan Varela derruba Samu no início da jogada, invalidando toda a sequência posterior, incluindo o golo que o Vitória chegaria a marcar.

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A decisão foi amplamente validada pelo painel do Tribunal O JOGO:

Jorge Coroado sublinhou que a falta de Varela torna irrelevantes os contactos seguintes;

José Leirós destacou que o árbitro viu bem, mas o VAR viu ainda melhor;

Fortunato Azevedo reforçou que a falta original é clara e torna obrigatória a reversão.

Pela análise do trio, o penálti foi bem revertido, um raro momento de unanimidade num jogo carregado de polémica.

Pedro Henriques destaca mérito repartido entre árbitro e VAR

Para Pedro Henriques, a atuação da equipa de arbitragem deve ser vista como globalmente positiva, sobretudo pela forma como árbitro e VAR trabalharam em conjunto para esclarecer os lances-chave. O especialista sublinhou que foram assinalados dois penáltis e anulados dois golos, decisões que mostram a importância crescente da vídeoarbitragem.

Mas a noite ficou longe de ser tranquila.

Um jogo carregado: 43 faltas, 12 amarelos e cinco cartões nos banco.

A ficha disciplinar revela o ambiente de fricção permanente:

  • 43 faltas

  • 12 cartões amarelos a jogadores

  • 4 vermelhos e 1 amarelo exibidos aos bancos técnicos

Pedro Henriques foi claro:

“A importância da vídeo-arbitragem no futebol é cada vez maior, mas o comportamento em campo e nos bancos precisa de outro nível.”

O especialista destacou ainda vários momentos de indisciplina e imprudência:

  • 31’ — Karamoh acerta no calcanhar de Telmo Arcanjo: amarelo justo.

  • 44’ — Abascal pisa Pablo Rosário: amarelo bem aplicado.

  • 45’+4’ — Óscar Rivas com entrada negligente: novo amarelo.

  • 80’ — Prpic vai “tirar satisfações”: amarelo por comportamento antidesportivo.

  • 81’ — Gonçalo Nogueira pontapeia a bola para longe: amarelo inevitável.

  • 85’ — Ndoye acerta no rosto do adversário: contacto perigoso, cartão bem mostrado.

  • 90’+6’ — William Gomes trava contra-ataque: falta táctica, amarelo claro.

A paragem constante do jogo levou também a tempos extra pouco habituais: 6 minutos no final da primeira parte e 8 no final da segunda, reflexo directo das inúmeras interrupções.

O jogo que transbordou dos limites — dentro e fora das quatro linhas

As bancadas técnicas também estiveram no centro da acção, com um total de quatro cartões vermelhos e mais um amarelo aplicados aos elementos oficiais. Situações enquadradas nas novas orientações de “tolerância zero” face a comportamentos de contestação.

Uma arbitragem difícil, mas com decisões correctas nos momentos-chave

No cruzamento entre a análise técnica de Pedro Henriques e a avaliação do Tribunal O JOGO, a conclusão é inequívoca:

o VAR esteve em excelente plano e as decisões determinantes foram bem tomadas.

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Num jogo de enorme tensão emocional e técnica, a arbitragem acabou por cumprir o essencial — embora a indisciplina generalizada tenha tornado a noite muito mais difícil do que seria desejável.

Miguel Costa