Frederico Varandas, presidente do Sporting, foi distinguido como Dirigente do Ano na gala dos Prémios Stromp, numa noite em que não deixou nada por dizer no discurso que proferiu.
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Após uma introdução descontraída, em que brincou com o facto de a distinção igualar os três prémios conquistados pela mulher, Katarina Larsson, enquanto atleta, o dirigente passou a abordar questões sérias sobre o momento do clube e os desafios enfrentados ao longo da época.
O plano inicial e a saída de Ruben Amorim
Varandas começou por elogiar os órgãos sociais do clube e destacou o Conselho Diretivo como o “escudo invisível do Sporting”. O presidente sublinhou que o plano inicial para a temporada era claro e contava com Ruben Amorim até ao final da época, com a perspetiva de, posteriormente, iniciar um novo ciclo. “Tínhamos um compromisso de todas as pessoas, incluindo o nosso ex-treinador, que no final da época passada nos informou que seria o momento de terminar o ciclo”, revelou.
No entanto, o cenário alterou-se em novembro, quando Ruben Amorim aceitou a proposta de um grande clube europeu. Varandas sublinhou que a saída a meio da época foi inédita em Portugal: “Aconteceu com Eriksson, Artur Jorge, Bobby Robson, Villas-Boas, mas nunca um clube tinha perdido o seu treinador por sucesso desportivo durante a época”.
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A transição para João Pereira: um presente envenenado
Com a saída inesperada de Amorim, o Sporting foi forçado a tomar decisões rápidas. Varandas explicou que trazer um treinador de fora para assumir o comando num período de 26 dias e com sete jogos pela frente seria inviável. Por isso, optou-se por antecipar o plano já traçado para o futuro e confiar o comando técnico a João Pereira.
“Foi o convite mais ingrato e o presente mais envenenado que um jovem treinador poderia receber”, reconheceu Varandas, destacando a máquina afinada que João Pereira teve de gerir sem tempo de adaptação. O presidente assegurou, no entanto, que a decisão foi tomada com base no que considerava ser o melhor para o Sporting.
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Derrotas, lesões e arbitragens
Frederico Varandas dissecou as quatro derrotas consecutivas sofridas recentemente pelo clube, atribuindo-as a uma combinação de fatores. O dirigente destacou as ausências de jogadores cruciais como Pedro Gonçalves, Nuno Santos e Morita, além do choque emocional provocado pela saída de Amorim.
Varandas também apontou para as arbitragens, referindo erros que prejudicaram o Sporting em jogos recentes, e elogiou o esforço de jovens como João Simões, titular aos 17 anos. “Nunca tinha visto um jogador correr 16 quilómetros num jogo de futebol!”, disse, enaltecendo a maturidade do atleta.
Mensagem aos rivais e promessa de continuidade
O presidente encerrou o discurso com um recado aos rivais e uma mensagem de esperança aos adeptos leoninos. Varandas rejeitou a ideia de um Sporting enfraquecido e destacou a evolução sustentável do clube.
“Abriu-se uma brechazinha na qual os nosso rivais pensavam que em dezembro o Sporting voltava a ser o clube que pensa que é para o ano é que é, que estamos falidos… Mas não, o Sporting não está falido, apresentou recentemente um plano estratégico para 10 anos. Para os nossos rivais, lamento, pois o Sporting não volta para trás”, afirmou, garantindo que o clube não voltará ao passado.
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"Eu não sei se vamos ser bicampeões, ou se para o ano seremos tricampeões, mas sei que, seja da forma A, B, C, D, E ou F, o Sporting vai continuar a lutar por títulos e isso nunca mais volta para trás", acrescentou.
Varandas terminou com uma reflexão sobre o que significa para os adeptos mais jovens. “As gerações mais novas conhecem o Sporting vencedor. Este é o Sporting que vai continuar a ser”.