Jeffrén Suárez, antigo jogador do Sporting e formado na famosa cantera do Barcelona, abriu o livro numa entrevista ao podcast espanhol Helado Escuro.
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Entre memórias de balneário e elogios a figuras marcantes da sua carreira, como Pep Guardiola e Carles Puyol, o ex-internacional venezuelano apontou baterias a Andoni Zubizarreta, acusando o antigo director desportivo do Barça de ter travado o seu percurso no futebol espanhol.
«As lesões foram a razão pela qual saí do Barcelona e, com esse assunto, o clube virou-me as costas. Não foi o Guardiola, mas o Zubizarreta, diretor desportivo na altura, que arruinou a minha carreira. Eu tinha uma oferta do Valência e ele fechou-me as portas em Espanha», contou Jeffrén.
Segundo o ex-extremo, Zubizarreta impediu que continuasse em La Liga, inflacionando o preço pedido aos clubes espanhóis face ao valor exigido a equipas estrangeiras.
«Quando vinham equipas de fora perguntar por mim, o preço era entre 3 e 4 milhões de euros; quando era uma equipa espanhola, rondava os 5 milhões. Desde então, não o suporto», atirou.
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Guardiola, o “doente” respeitado
Apesar da saída do Barcelona ter sido, segundo o próprio, combinada com Guardiola, Jeffrén mantém respeito pelo antigo treinador dos blaugrana:
«Sair foi uma decisão mútua. Ele disse-me que iam contratar um substituto – Alexis Sánchez – e que eu não iria jogar. Mas sempre me tratou bem. Mais tarde, encontrámo-nos no Catar e ele disse-me: ‘És o jogador mais rápido que já tive’. Deu-me um abraço. Fico com isso».
«Chamávamos o Guardiola de ‘o doente’, mas aprendi muito com ele. Quem nunca vou esquecer é o Luis Enrique. É um Guardiola, mas com uma mentalidade mais agressiva. A minha ideia de não desistir vem dele».
Jeffrén recorda também os tempos em que partilhou balneário com lendas como Dani Alves, Puyol ou Xavi, elogiando o espírito de equipa:
«Os grandes tratavam-te muito bem e faziam-te sentir confortável desde o primeiro dia. Se me perguntares o que é uma equipa, aquilo era uma equipa».
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“Não se podia tocar no Messi”
O antigo extremo da formação catalã deixou ainda um comentário provocador em relação a Lionel Messi, criticando o “cerco” que havia à volta do argentino:
«Não se podia tocar no Messi. Se fizesses parte do círculo dele, podias brincar com isso. Mas se não… era complicado. Guardiola puxava os cordelinhos, mas quem fazia tudo era o pequeno – o Messi – e todos nós o seguíamos».
Já sobre Carles Puyol, não esconde a admiração:
«Puyol era exagerado. Um guerreiro. Eu tinha medo dele. Ou saías do caminho ou ele passava por cima de ti. Mas era muito respeitador. Embora já não tenhamos contacto, essas pessoas nunca mudam».
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Recado a Lamine Yamal
O agora retirado jogador não deixou passar em branco o fenómeno Lamine Yamal, estrela emergente do Barça:
«Ele tem 18 anos e é normal que não saiba as consequências dos seus atos. É preciso agarrá-lo a tempo. Não é ele que faz a diferença. O Barcelona tem jogadores muito bons. As pessoas falam do Pedri, mas o Messi também não seria o que é sem o Xavi e o Iniesta».
A passagem por Alvalade
Depois de sair do Barcelona, Jeffrén chegou ao Sporting em 2011 por cerca de 3,75 milhões de euros. Em duas temporadas, fez 39 jogos, com cinco golos e uma assistência, sendo mais tarde dispensado a custo zero.
«Depois de sair do Barça, não conseguia encontrar o meu lugar. Só no meu primeiro ano na Tailândia é que voltei a gostar de futebol», revelou.
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