Nem todos os balneários são iguais. E poucos terão sido tão intensos como o do Inter de Milão na era José Mourinho. Luis Jiménez, antigo internacional chileno, deu um salto ao passado e trouxe com ele um retrato vivo de um tempo onde cada canto do vestiário tinha uma estrela… e um ego à altura.
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Mas até os maiores reconhecem quando estão perante uma lenda.
“Sou eu quem manda aqui, sou o que ganha mais dinheiro”, disparou Zlatan Ibrahimovic, num típico momento de afirmação. Mas mal Luís Figo entrou na sala, tudo mudou. “Bem, Luís, tu tens um pouco mais de dinheiro do que eu… mas espera um par de anos e já falamos”, rematou o sueco, com uma boa dose de respeito disfarçada de provocação.
O episódio é delicioso e mostra que, mesmo num balneário de gigantes, há hierarquias naturais — e Figo, com a sua aura e estatuto, nem precisava de palavras para se impor.
Mas tão ou mais marcante foi o retrato de Mourinho. A sua entrada, o discurso afiado, o controlo absoluto do grupo. A ideia de que, num plantel de 34, só ficariam 21 mais três jovens e três guarda-redes. A honestidade brutal com que comunicava. E o voto de confiança que deu a Jiménez: “Aqui quem manda sou eu, e tu estás no meu plantel. Esquece o que dizem os jornais”.