Varandas e o polémico canto nos Açores: "Tinha uma toupeira"

Frederico Varandas voltou a assumir uma posição de força no discurso dos Rugidos de Leão, lançando duras críticas aos rivais, à comunicação social e até à Federação Portuguesa de Futebol. 

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O presidente do Sporting rejeitou a narrativa do “manto verde”, defendeu os títulos conquistados e abordou, com ironia, a polémica do canto que antecedeu o golo de Hjulmand frente ao Santa Clara. Pelo meio, disparou: “Não fazemos todos o mesmo.”

Um ataque direto às narrativas dos rivais

Logo no início, Varandas deixou clara a diferença que vê entre o Sporting e os adversários:
“Gosto de perder? Não, odeio perder, mas a derrota faz parte da vida e todos nós vamos perder na vida, o que escolhemos é a maneira como reagimos à derrota com dignidade e o Sporting reage com dignidade.”

A partir daí, dirigiu críticas frontais às narrativas vindas dos rivais:
“Três campeonatos nacionais em cinco. Os rivais usam uma narrativa de que o Sporting domina tudo, que há um manto verde.”

E rebateu essa ideia com factos cronológicos:
“Temos de ver que nos primeiros dois campeonatos, havia uns órgãos sociais da FPF que estiveram lá 12 anos. Por isso, temos de retirar esses dois.”

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Varandas ressalvou ainda o cenário nas eleições seguintes da FPF:
“No terceiro, houve eleições para a Federação a meio, em que ganhou Pedro Proença, mas temos de ver que houve uma quase unanimidade em torno deste dirigente. Quisemos ouvir o projeto, tal como aconteceu com Benfica, FC Porto e SC Braga. Eles também ouviram.”

Depois, deixou uma questão retórica carregada de ironia:
“Passado um ano dizem que era tudo verde. Os presidentes de Benfica e FC Porto são patetas? Acho que não.”

E garantiu:
“O Sporting não indicou um nome para qualquer lista de órgãos sociais da FPF.”

Os números dos títulos: a “física” do futebol segundo Varandas

Varandas recorreu ao seu lado de médico para defender o mérito desportivo:
“Continuamos nos factos. Em 2023/24, o Sporting teve mais pontos, mais vitórias, melhor ataque, o melhor jogador.”
E acrescentou:
“2024/25: melhor ataque, mais pontos, melhor defesa, melhor jogador.”

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Disparou ainda contra a narrativa rival:
“Houve dúvidas? Foi o segundo seguido, então insistem com a retórica do manto verde. Mas mesmo com isso, não é que a comunicação social disse que o Sporting foi o mais prejudicado dos três grandes durante a época? E mesmo assim ganhámos... mas manto verde!”

Final da Taça: ironia ao estilo Varandas

Sobre a polémica final da Taça de Portugal, declarou:
“Vamos falar de forma factual sobre esse jogo. O Sporting teve mais remates, mais posse de bola, mais ocasiões flagrantes, mais cantos, mais passes. Não ficou 1-0 ou 2-1, ficou 3-1.”

E desmontou as justificações adversárias com sarcasmo:
“A culpa foi do Matheus Reis que devia ter ido para rua. A culpa do Renato Sanches ter cometido um penálti infantil foi do Matheus. A culpa do Gyökeres ter marcado o golo foi do Matheus. A culpa do Harder ter feito o segundo golo, foi do Matheus. A culpa do Trincão ter feito o que fez no terceiro golo, foi do Matheus. Aposto que com mais uns minutos, o Matheus seria culpado de mais alguns golos.”

E rematou:
“Por amor de Deus, surpreende-me muito a total falta de autoreflexão.”

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A seguir virou as baterias para a comunicação social:
“Parte da comunicação social tem culpa. Não toda, mas parte. Comentadores, jornalistas, cartilheiros. Dizem que quando os grandes perdem, somos todos iguais. Porque não há coragem para criticar os presidentes dos grandes. Fazem todos o mesmo na derrota, todos se desculpam... Não meus caros. Não fazemos todos o mesmo.”

O “canto dos Açores”: Varandas desconstrói indignação de rivais

A polémica do canto mal assinalado frente ao Santa Clara mereceu um extenso comentário.

Primeiro, o presidente apontou o contexto:
“A seguir ao escândalo da final da Taça de Portugal, não é que aconteceu outro escândalo, a prova que o manto verde está forte e pujante, surgiu o canto dos Açores.”

E recordou a rapidez com que reagiram rivais:
“Terminou o jogo e 30 minutos FC Porto e Benfica já tinham feito comunicado. Pelo escândalo e erro gravíssimo.”

Depois, explicou o que aconteceu segundo a sua análise:
“O auxiliar assinala erradamente um canto a favor do Sporting. Eu estava na tribuna nem me apercebi de erro algum tal foi estranheza da trajetória da bola. Por se praticar futebol num relvado impraticável. Uma vergonha de relvado! A bola de repente parecia que tinha uma toupeira no relvado.”

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E insistiu:
“E o fiscal levou-se pelo engano e marcou imagine-se, um canto! Parece que marcou um penálti, um golo irregular. Não! O árbitro enganou-se e marcou um canto.”

Seguiu-se nova comparação irónica:
“Vou admitir que o canto se transformou num penálti: um canto é golo. Vou admitir que sim. Vou analisar a primeira parte e não é que Suárez faz um remate que julgava que ia ser golo mas o guarda-redes faz uma defesa fantástica e o árbitro erradamente marcou pontapé de baliza. Como ficamos agora?”

Conclusão de Varandas:
“Meus amigos, pura demagogia, falta de seriedade e tenham vergonha!”

Crítica final à FPF

Para fechar, atacou a reação da Federação ao lance:
“Nunca vi a comunicação da FPF a colocar um árbitro na jarra por causa de um canto. Nunca tinha visto. Mas foi o que aconteceu.”

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E acusou:
“Vi fonte da FPF, uma hora depois do jogo, queimarem árbitro na praça pública por marcar mal um canto.”