A vice-presidente do governo espanhol, María Jesús Montero, reagiu com dureza à recente decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, que absolveu Dani Alves do crime de agressão sexual, apesar de o ex-jogador brasileiro ter sido anteriormente condenado a quatro anos e meio de prisão por um tribunal de primeira instância. A governante classificou a decisão como “uma vergonha” e deixou uma forte mensagem de solidariedade à vítima.
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Durante a sua intervenção num congresso do PSOE, Montero lamentou que ainda se questione o testemunho de vítimas de violência sexual:
“É uma vergonha que se questione o testemunho de uma vítima e se diga que a presunção de inocência está à frente do testemunho de jovens mulheres, valentes, que decidem denunciar os poderosos, os grandes e os famosos”.
A ministra das finanças e secretária-geral do partido socialista reforçou ainda o seu apoio à jovem de 23 anos que acusou Dani Alves de violação, num caso que remonta a dezembro de 2022, numa discoteca em Barcelona.
“Queremos dizer a esta mulher que estamos contigo, estamos com ela, estamos com todas aquelas que enfrentam gigantes para poderem reclamar a dignidade que nas suas palavras, nas suas bocas, é a dignidade de todas nós. Não estás só, estamos aqui contigo!”, declarou.
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María Jesús Montero sublinhou ainda que esta decisão representa um retrocesso numa luta que o PSOE tem travado há anos pelos direitos das mulheres:
“Depois de tudo o que fizemos para lutar contra a violência de género, que é a expressão máxima do que significa a falta de igualdade entre homens e mulheres. Que vergonha depois de tudo o que o PSOE fez no reconhecimento dos direitos das mulheres, a disparidade salarial, as pensões e tudo o que reflete ao longo das nossas vidas que fomos discriminadas ou não desempenhámos o papel que deveríamos desempenhar”.
A sentença continua a gerar reações intensas em Espanha, especialmente entre os setores políticos e sociais que têm lutado contra a violência de género. A absolvição de Dani Alves nesta instância não invalida a sua anterior condenação, mas lança nova luz sobre um dos casos mais mediáticos da justiça espanhola nos últimos anos.