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Insólitos do Futebol
15/12/25 às 19:06

Selecionador da Escócia apela aos adeptos perante preços do Mundial: “Não se endividem”

Steve Clarke tornou-se mais uma voz crítica em relação à política de preços definida pela FIFA para o Campeonato do Mundo de 2026, que vai decorrer nos Estados Unidos, México e Canadá.

O seleccionador da Escócia deixou um apelo claro e pouco habitual aos adeptos escoceses, alertando para os custos elevados associados à competição e aconselhando prudência financeira a quem pondera marcar presença no torneio.

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Em declarações esta segunda-feira, Clarke mostrou compreensão pelo entusiasmo dos adeptos, mas foi taxativo quanto às dificuldades económicas envolvidas. “É caro viajar para os EUA. Os bilhetes são caros. Se conseguirem ir para lá e tiverem dinheiro para isso, fantástico, mas não se endividem para tentarem ir”, afirmou o seleccionador, sublinhando que as decisões sobre preços cabem exclusivamente à FIFA. “O torneio é da FIFA, eles decidem o que decidem. A Federação Escocesa de Futebol já recebeu a sua quota de bilhetes”, acrescentou.

A Escócia está integrada no Grupo C do Mundial 2026, onde terá como adversários Brasil, Marrocos e Haiti, um grupo competitivo e que, só por si, aumenta o interesse dos adeptos em acompanhar a selecção in loco. Ainda assim, Clarke revelou que nem ele próprio tem, para já, acesso a ingressos, ilustrando a complexidade do processo. “Um amigo meu já marcou voos e está dependente de mim para bilhetes, mas vai ter de esperar um pouco, porque neste momento ainda não tenho nenhum”, contou, num comentário que espelha a incerteza sentida por muitos adeptos.

As palavras do seleccionador escocês surgem numa altura em que a FIFA tem sido alvo de críticas generalizadas devido aos valores praticados para os ingressos do próximo Mundial. Após a divulgação dos preços, várias associações de adeptos manifestaram publicamente o seu desagrado, considerando que os valores afastam o público tradicional das bancadas e transformam o torneio num evento inacessível para muitos.

A Associação Europeia de Adeptos de Futebol foi uma das entidades mais contundentes, apelando mesmo à suspensão da venda de bilhetes. Em comunicado, classificou os preços como “extorsivos” e alertou para o risco de exclusão dos adeptos comuns, aqueles que tradicionalmente acompanham as selecções e contribuem para a atmosfera única dos Campeonatos do Mundo.

O Mundial de 2026 será o primeiro a contar com 48 selecções e a ser organizado em três países, uma expansão que a FIFA tem promovido como histórica, mas que também levanta questões logísticas e financeiras. Para muitos adeptos europeus, a combinação de longas viagens, alojamento caro e bilhetes a preços elevados torna o sonho de assistir aos jogos ao vivo cada vez mais distante.

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As declarações de Steve Clarke refletem, assim, um sentimento crescente no futebol internacional: o receio de que o Mundial, a maior festa do futebol, esteja a tornar-se um espectáculo reservado a poucos, em detrimento da base de adeptos que sempre lhe deu vida.