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Projeto de expansão e acusações de eleitoralismo
Na terça-feira, Rui Costa apresentou o ambicioso plano “Benfica District”, que prevê a expansão do Estádio da Luz para 80 mil lugares, a construção de uma piscina comunitária, novos pavilhões, zonas exteriores renovadas e um campo de futebol ao ar livre. Mas para Gaspar Ramos, o timing da apresentação levanta suspeitas claras:
“É evidente que as pessoas com bom senso reconhecem que isto é meramente um ato eleitoral. Fazer projetos hoje é fácil, com a digitalização tudo é possível”, afirmou, sublinhando que o Benfica ainda não recuperou o investimento feito na zona envolvente ao estádio.
Mais duro ainda, o antigo dirigente considera o plano “uma perfeita loucura”:
“Neste momento não temos dinheiro para isso. O Benfica teria de pedir financiamentos e pagar um serviço da dívida caríssimo. Até o Real Madrid adiou anos a remodelação do Bernabéu. O Benfica tem de olhar para o que é essencial”.
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Reforços? “Só são bons quando os virmos em campo”
Gaspar Ramos também comentou os reforços já garantidos pelas águias, como Rafael Obrador, Amar Dedic, Enzo Barrenechea, Richard Ríos e Samuel Dahl, considerando que o investimento faz parte da mesma lógica eleitoralista.
“Rui Costa quer fazer um brilharete até outubro. Vai fazer de tudo para conseguir ganhar as eleições, independentemente dos custos”.
Apesar da qualidade que se atribui aos reforços, o antigo dirigente avisa:
“Só quando os virmos em campo, a evoluir em conjunto, é que podemos confirmar se são bons. O que se está a fazer pode ser importante… ou pode ser um desastre”.
Aponta ainda para a necessidade de se manter a moderação, para evitar um eventual colapso desportivo e financeiro:
“Não é só com nomes que se faz uma boa equipa. É preciso balneário, estrutura, estabilidade. Tudo isso faltou no passado recente e a estrutura mantém-se”.
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A obsessão pelas eleições e o perigo da Liga dos Campeões
A possível eliminação da nova fase da Liga dos Campeões poderá ter consequências graves, na óptica de Gaspar Ramos:
“Isso pode ser o início de uma situação ruinosa. Rui Costa quer apostar tudo até outubro, mas se falhar, o impacto desportivo e financeiro pode ser terrível”.
O antigo dirigente termina com uma crítica à postura do presidente:
“Preocupa-me esta obsessão. A obsessão é tão grande que me pergunto: porquê tanto empenho para ganhar as eleições, mesmo correndo o risco de pôr o Benfica em causa?”
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