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Internacional
11/12/25 às 12:57

David Luiz revela bastidores surpreendentes da chegada ao Benfica: exames falhados, dores constantes e uma decisão de vida

David Luiz regressou às memórias do início da sua carreira europeia e deixou revelações inesperadas sobre os meses atribulados que viveu quando aterrou em Lisboa para representar o Benfica.

Em entrevista à Gazzetta dello Sport, o defesa brasileiro traçou um retrato bem diferente da ideia que muitos tinham da sua chegada: por detrás da energia contagiante e do sorriso fácil, escondiam-se dores, limitações físicas e até exames médicos… reprovados.

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O central chegou à Luz em janeiro de 2007, num negócio pouco convencional. O Benfica tinha acabado de vender Ricardo Rocha ao Tottenham e, com carências urgentes no centro da defesa, aceitou David Luiz como forma de saldar uma dívida que o clube tinha para com o empresário do jogador. “Eu jogava na terceira divisão do Brasil e estava com pubalgia. Mal conseguia andar. Fiz os exames médicos no dia seguinte à chegada… e não passei. O presidente nem sabia. Ficou tudo em segredo”, contou.

O que se seguiu foram três meses de sacrifício silencioso. David Luiz apresentava-se três horas antes de cada sessão para fazer fisioterapia, escondendo o problema físico sempre que entrava no relvado. “Treinava com a equipa como se estivesse bem, mas não conseguia correr, controlar a bola ou fazer um passe em condições. O treinador não sabia. Achava apenas que eu não estava apto”, recordou. Só em abril, mais de dois meses depois de chegar, conseguiu estrear-se oficialmente.

O percurso poderia ter tomado outro rumo quando o contrato inicial terminou. O FC Porto apareceu com uma proposta muito superior e um compromisso de longa duração. O Benfica, sem certezas e sem prioridade, oferecia 3 mil euros mensais. David Luiz, então com 20 anos, pediu conselho aos pais — e recebeu uma das frases que, diz ele, mudou a sua vida. “O meu pai disse: ‘Não cuspas no prato onde comeste. Respeita quem acreditou em ti’. E fiquei. Foi uma grande lição.”

A decisão acabaria por moldar a carreira do defesa brasileiro: campeão nacional em 2009/10, tricampeão da Taça da Liga e figura carismática no plantel, rumaria depois ao Chelsea, num dos maiores saltos desportivos da sua geração.

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Hoje, aos 38 anos e ao serviço do Pafos, no Chipre, David Luiz olha para trás com a serenidade de quem sabe que aquele início duro em Lisboa acabou por lhe abrir as portas para tudo o que veio depois.