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Nacional
26/12/24

"Corremos o risco de não termos guarda-redes de qualidade para a Seleção"

A escassez de guarda-redes portugueses titulares na I Liga é motivo de preocupação para Nélson Pereira.

A escassez de guarda-redes portugueses titulares na I Liga é motivo de preocupação para Nélson Pereira, antigo internacional luso e campeão nacional pelo Sporting

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Em entrevista à Lusa, o ex-jogador alertou para o impacto da falta de oportunidades e da procura por rendimento imediato nos clubes, fatores que ameaçam o futuro da posição na Seleção Nacional.

A escassez de guarda-redes nacionais na I Liga

Atualmente, apenas dois guarda-redes portugueses são titulares entre as 18 equipas do principal escalão: Diogo Costa (FC Porto) e Ricardo Velho (Farense). Este cenário coloca Portugal como o país com menor aposta em guarda-redes nacionais entre os 20 principais campeonatos da UEFA.

Os clubes querem rendimento imediato e não dão tempo para o processo de crescimento dos guarda-redes, porque nesse percurso há erros”, destacou Nélson Pereira, sublinhando que a situação compromete a formação de talentos para a seleção.

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Falta de aposta na formação

Nélson apontou para a “campeonite” e a pressão por resultados como fatores que prejudicam o desenvolvimento de jovens guarda-redes, que precisam de jogar regularmente. Casos como Diogo Pinto, Diego Callai (Sporting) e Samuel Soares (Benfica) foram citados como exemplos de atletas que precisam de mais tempo de jogo nas equipas B ou sub-23 para evoluir.

Um guarda-redes que não jogue, não tem hipótese nenhuma. Guarda-redes que só treina, não dá guarda-redes”, afirmou, reforçando que é preciso coragem para apostar em jovens promessas, mesmo sabendo que cometerão erros.

Referências e a importância da continuidade

Nélson recordou os casos de Rui Patrício e Diogo Costa, que foram lançados jovens e amadureceram com os erros. “Temos de tomar estes exemplos e segui-los. Caso contrário, qualquer dia, não temos guarda-redes para a Seleção Nacional.”

Além disso, alertou que a falta de referências pode desmotivar as gerações mais jovens: “No dia em que acabarem essas referências, também acabará o interesse dos miúdos pela baliza.”

O domínio brasileiro nas balizas em Portugal

Enquanto os portugueses estão em minoria na I Liga, os brasileiros dominam com oito guarda-redes titulares. Nélson destacou o trabalho feito no Brasil após perceberem, na geração de Taffarel, que a formação precisava de melhorias: “Hoje têm guarda-redes de nível elevado, inclusive no Brasileirão.”

O caso de Luís Maximiano

O antigo técnico de guarda-redes do Sporting acredita que Luís Maximiano ainda pode atingir o nível esperado. Contudo, a expulsão no primeiro jogo pela Lazio teve um impacto significativo: “Um pequeno detalhe faz toda a diferença. Infelizmente, essa expulsão fez toda a diferença”.

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Conclusão

O alerta de Nélson Pereira evidencia a necessidade urgente de reformular a abordagem à formação e aposta nos guarda-redes portugueses. Sem medidas concretas, o futuro da baliza da Seleção Nacional pode estar em risco.

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