O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, não poupou palavras ao condenar o ataque violento sofrido por adeptos portistas em Lisboa, no passado fim de semana, à saída de um jogo de hóquei em patins entre Sporting e FC Porto. Já nos EUA, onde os dragões preparam a participação no Mundial de Clubes, Villas-Boas falou aos jornalistas e classificou o ato como “uma tentativa de homicídio feita na via pública”.
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Um ataque cobarde e bárbaro
Num discurso marcado por uma forte carga emocional, o líder dos dragões começou por agradecer aos órgãos de comunicação que se deslocaram aos EUA para acompanhar o clube, e deixou de imediato um recado sério e frontal sobre os acontecimentos em Lisboa.
“Repudio este ataque vil, bárbaro e cobarde em todos os sentidos. É algo que não podemos ignorar. A comunicação social tem um papel importante na condenação destes atos. Por muito importante que seja a transferência de um avançado do Sporting, isto é muito pior”, afirmou Villas-Boas.
O presidente portista realçou que o episódio ocorrido — em que um grupo de entre 10 a 20 indivíduos atacou um carro com adeptos portistas com recurso a artefactos incendiários — deve ser tratado com toda a seriedade judicial e política, sublinhando o envolvimento rápido das autoridades e da PJ.
“Felizmente, tanto a Ministra Margarida Balseiro Lopes como o Secretário de Estado Pedro Dias, a PJ e a PSP trabalharam afincadamente. Desejamos que os autores paguem forte pelos crimes cometidos.”
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Apoio às vítimas e cobrança de justiça
O FC Porto já se disponibilizou para prestar apoio técnico, logístico e emocional às vítimas e suas famílias. Villas-Boas elogiou a rapidez de atuação das autoridades, nomeadamente da APCVD e Rodrigo Cavaleiro, e reafirmou que o clube irá “até às últimas consequências” neste caso.
“Este é um ato de uma gravidade extrema. As imagens foram vistas por todo o país. Não basta comunicados. É necessária ação.”
Críticas à comunicação social e apelo ao Governo
Além do ataque em si, Villas-Boas criticou a forma como o caso foi tratado pela comunicação social, nomeadamente no sul do país, onde sentiu falta de destaque ao sucedido.
“Custa-me ver que apenas os órgãos de comunicação da zona Norte tenham dado o devido relevo. Tivemos episódios de violência que foram tratados de outra forma. Isto tem de ser um esforço conjunto entre clubes, Governo e imprensa.”
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O líder portista recordou ainda um episódio passado, em que adeptos do Sporting foram socorridos por um médico do FC Porto, como forma de ilustrar a postura de responsabilidade e humanidade que deve imperar no desporto.
Varandas ainda não contactou
Questionado sobre o presidente do Sporting, Villas-Boas foi direto:
“Ainda não falei com o presidente do Sporting, não entrou em contacto comigo. Registei o comunicado e as declarações. Agora é preciso mais do que palavras.”
Compromisso com a mudança
Villas-Boas recordou que, em outubro do ano passado, os quatro principais clubes portugueses se reuniram com o Governo para discutir o combate à violência no desporto, e garantiu que continuará empenhado em implementar medidas concretas.
“Temos um combate longo pela frente. Isto tem de acabar, e só acaba com ações firmes e coordenadas”.
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