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Nacional
02/06/25

Bozenik confirma saída do Boavista: "Quando não tens água quente, luz e salários..."

Avançado eslovaco despede-se do Bessa com críticas duras à estrutura do clube e admite que já não vê o seu futuro na Liga 2.

O avançado Robert Bozenik confirmou oficialmente a sua saída do Boavista, numa entrevista concedida ao jornal eslovaco Sport, marcada por um tom de frustração e desabafo. 

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O jogador de 24 anos, actualmente ao serviço da selecção da Eslováquia nos particulares frente à Grécia e Israel, lamentou a descida do clube à Liga 2, mas deixou claro que as suas ambições estão noutro patamar — e que a realidade vivida no Bessa foi, no mínimo, “inaceitável”. 

“Quando enfrentamos dificuldades como falta de água quente, luz ou salários em atraso durante dois meses, isso reflete-se inevitavelmente no campo. Ainda assim, fiz o melhor que pude. Agora encerro este capítulo da minha vida e olho para o futuro com esperança e determinação.” 

Frustração acumulada — e uma transferência falhada 

Bozenik fez 33 jogos esta época e marcou 5 golos, numa época marcada por instabilidade desportiva e administrativa. Um dos momentos que mais o marcou foi a transferência abortada para o Real Salt Lake (MLS) no último dia do mercado, depois de tudo parecer alinhado para a mudança. 

“Fiz uma viagem à volta do mundo, exames médicos numa clínica, e no fim o clube tentou alterar os termos do acordo. Foi uma situação semelhante à que vivi em Sevilha. Pediram mais dinheiro à última hora.” 

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Apesar de todas as contrariedades, o internacional eslovaco sublinha que nunca faltou ao profissionalismo e que sempre tentou “ajudar o clube, dentro e fora de campo”, inclusive a nível financeiro. 

Mais um ano de contrato — mas sem regresso à vista 

Bozenik ainda tem contrato com o Boavista por mais um ano, mas admite que já não se vê no clube, mesmo que o cenário de rescisão por descida ainda não esteja formalmente claro. 

“Sinceramente, nem sei os detalhes exactos do contrato. A minha prioridade foi despedir-me de forma digna dos colegas cujos contratos terminaram. (…) Lamento a descida, mas as minhas ambições desportivas são maiores.” 

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O adeus de quem nunca se sentiu verdadeiramente ouvido 

A entrevista de Bozenik serve como espelho dos bastidores de um clube histórico que enfrenta sérias dificuldades estruturais. As suas palavras são duras, mas revelam a frustração de quem, mais do que procurar desculpas para números modestos, tenta explicar o contexto de trabalho degradante em que muitos jogadores ainda vivem — mesmo ao mais alto nível do futebol profissional. 

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André Miguel Rodrigues