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Internacional
15/12/25 às 11:45

Rúben Amorim aceita críticas e assume responsabilidades: “Não estou a ser bom o suficiente”

Rúben Amorim voltou a dar uma resposta frontal e sem rodeios às críticas que tem recebido desde que assumiu o comando técnico do Manchester United

Na antevisão ao encontro frente ao Bournemouth, que encerra a 16.ª jornada da Premier League, o treinador português mostrou-se compreensivo em relação às opiniões de antigos jogadores do clube e assumiu, sem reservas, que os resultados não têm estado à altura das exigências de Old Trafford.

Na semana passada, Paul Scholes, uma das maiores figuras da história recente dos “red devils”, colocou em causa a adequação de Amorim ao cargo, defendendo que o português não é o treinador certo por não utilizar um sistema táctico tradicionalmente associado ao Manchester United. Questionado sobre essas declarações, Amorim não se escudou em justificações externas e apontou directamente para o essencial: os resultados.

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“É normal. Enquanto treinador do Manchester United, penso que estamos aquém do esperado. Devíamos ter mais pontos, especialmente esta época. Levo isso com naturalidade”, afirmou o técnico, sublinhando que compreende a frustração de antigos jogadores que viveram um United habituado a vencer títulos e a dominar internamente. Para Amorim, o problema não está nas críticas em si, mas no rendimento da equipa.

Num discurso pouco habitual ao mais alto nível, o treinador português foi ainda mais longe na autoanálise. “O problema é que eu, enquanto treinador, não estou a ser bom o suficiente. Isso também é um facto e consigo aceitá-lo”, reconheceu, deixando claro que não se sente diminuído pelas palavras de Scholes ou de outros comentadores. “Se estivermos a vencer, não há problema”, rematou, numa frase que resume a exigência permanente que envolve o cargo.

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Além do tema das críticas, Amorim foi também confrontado com a situação de Kobbie Mainoo. O jovem médio inglês tem tido poucos minutos esta temporada e voltou a ser associada a possibilidade de um empréstimo em janeiro, depois de um pedido semelhante ter sido recusado no verão. Amorim garantiu estar aberto ao diálogo e revelou que a prioridade é o bem-estar dos jogadores. “Só quero que os meus jogadores estejam felizes. Estou disposto a falar com qualquer jogador, adoro fazê-lo”, afirmou, embora tenha deixado claro que não abdica das suas convicções técnicas.

O Manchester United ocupa actualmente o oitavo lugar da Premier League, com 25 pontos, e recebe um Bournemouth que surge na 15.ª posição, com 20. Em caso de vitória, a equipa orientada por Rúben Amorim poderá aproximar-se dos lugares de Liga dos Campeões, igualando o Chelsea no quarto posto, num momento que pode revelar-se determinante para o rumo da época — e para a percepção pública do trabalho do treinador português.