Vítor Pereira chegou a Inglaterra no final de 2024 com um desafio titânico: salvar o Wolverhampton de uma queda iminente à segunda divisão.
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Quando assumiu o comando técnico dos wolves, o clube ocupava a penúltima posição da Premier League. Seis meses depois, terminou confortavelmente no 16.º lugar, 17 pontos acima da linha de água — uma recuperação que deixou os adeptos em êxtase e o treinador português entre os nomeados para Melhor Treinador da Época.
Em entrevista à Marca, Vítor Pereira abriu o livro sobre este percurso inesperado, mas brilhante, revelando bastidores da sua chegada, as mudanças que implementou e os objetivos ambiciosos para 2025/26.
“A palavra que mais ouço é ‘obrigado’”
“O meu título foi ter garantido a permanência a seis jornadas do fim”, confessou. Para Pereira, mais do que os prémios, foi o impacto humano que o marcou:
“As pessoas dizem-me que ao salvar a equipa… salvei os seus empregos. A despromoção teria sido um desastre para o clube e para a cidade”.
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Foi este impacto que, segundo o próprio, cimentou o carinho dos adeptos e o transformou numa figura quase mítica na cidade:
“Os adeptos começaram a gritar o meu nome. Foi como um despertar”.
“Se não tivesse confiança do grupo, não assinava”
O técnico luso não hesitou quando analisou o plantel: apesar da posição na tabela, viu qualidade.
“Nunca senti que fosse um desafio perdido”.
Mas a chave esteve no aspeto emocional. Apostou na proximidade com o grupo, reintroduziu hábitos de concentração, refeições conjuntas e criou um GPS tático dividido por blocos — defesa, ataque, transições, bolas paradas — que repetiu até à exaustão. Resultado? Duas vitórias nos primeiros dois jogos: 3-0 ao Leicester e 2-0 ao Manchester United. O resto… foi acreditar.
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Dos treinos ao pub: a magia fora do campo
Outra imagem que se tornou viral foi a de Vítor Pereira a festejar com os adeptos nos pubs de Wolverhampton. Um gesto que começou com naturalidade:
“Perguntaram-me se o faria. Disse: ‘Primeiro os pontos… depois as cervejas’. E cumpri. Foi uma forma genuína de me conectar com os adeptos”.
Futebol como arte
Mas há um propósito maior: “O meu objetivo é criar obras de arte. Gosto de futebol, mas gosto de futebol de qualidade. Não basta jogar por jogar. É preciso deixar os adeptos orgulhosos”.
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Ambição para 2025/26
Com o trabalho da manutenção concluído, o foco já está na próxima época.
“Não vim para a Premier League para lutar pela permanência. Vim para construir um projeto forte. A minha ambição e a dos adeptos será maior”.
O objetivo? Um lugar tranquilo a meio da tabela e uma equipa que jogue “para competir com qualquer adversário”.
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