O presidente do FC Despertar, clube onde Nuno Mendes deu os primeiros passos no futebol, veio esta terça-feira a público reconhecer o gesto da actual direção do Sporting, liderada por Frederico Varandas, que pagou 13 mil euros em prestações ao clube de Casal de Cambra — apesar de já não ter qualquer obrigação legal para o fazer.
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Em entrevista ao Jornal Desportivo, de Sintra, António Isento fez questão de apontar o dedo à antiga direcção de Godinho Lopes, acusando-a de ter agido com má fé.
O tema ganha particular relevância agora, após Nuno Mendes ter conquistado a Liga dos Campeões pelo PSG e a Liga das Nações por Portugal, tudo no espaço de uma semana. Mas antes do sucesso em Alvalade e da transferência milionária para Paris (cerca de 38 milhões de euros), foi no FC Despertar que o lateral-esquerdo começou o seu percurso.
Segundo o presidente do clube formador, o contrato inicial previa o pagamento de 25 mil euros e um valor adicional pela estreia na equipa principal do Sporting, mas o acordo nunca foi cumprido.
«O contrato nunca veio devolvido pelo Sporting e o Despertar, de boa-fé, passou a carta de dispensa para o jogador poder ser inscrito», explicou Isento.
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Só mais tarde, já com Frederico Varandas na presidência dos leões, foi possível chegar a um entendimento.
«Através de um amigo pessoal consegui chegar à actual direcção do Sporting. O Dr. Frederico Varandas, apesar de saber que já não era obrigado a pagar nada, pois o prazo de reclamação tinha expirado há muito, aceitou pagar 13 mil euros em 13 prestações, as quais pagou religiosamente», revelou o dirigente.
Isento não esconde a frustração com a antiga direcção liderada por Godinho Lopes.
«Qualquer euro é essencial num clube de formação como o nosso. E aquela verba ficou por pagar por má fé de quem dirigia o Sporting na altura», acusou.
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Apesar de Nuno Mendes já ter rendido milhões ao Sporting, o FC Despertar apenas viu reconhecido um pequeno valor simbólico — e ainda assim graças à boa vontade da actual direcção leonina.
«Apesar do Nuno Mendes já ter rendido milhões, o clube que o trouxe para o futebol, e onde ainda esteve um ano e nada pagou, apenas recebeu 13 mil euros por boa vontade do Dr. Frederico Varandas e da sua direção», concluiu.
O caso sublinha não apenas os desafios enfrentados por pequenos clubes de formação, como também a importância de manter princípios éticos no futebol profissional, mesmo quando os prazos legais já caducaram.
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