A tempestade não abranda em Old Trafford. O Manchester United de Ruben Amorim somou, esta sexta-feira, o oitavo jogo consecutivo sem vencer na Premier League, ao perder por 1-0 com o Chelsea, e o ambiente em redor do clube está cada vez mais tóxico. Um dos alvos principais das críticas após o desaire em Stamford Bridge foi Rasmus Hojlund — e quem o disse, disse com peso e voz: Roy Keane, lenda do clube e hoje comentador na Sky Sports.
Visivelmente frustrado com mais uma exibição apagada do jovem avançado dinamarquês, Keane não teve papas na língua:
«Eles não têm avançado. Neste jogo, Hojlund parecia um miúdo que tinha acabado de sair da academia», começou por atirar, numa análise sem contemplações.
O antigo capitão dos red devils apontou o dedo à ineficácia do camisola 11 na frente de ataque, detalhando os aspetos que, na sua visão, deixam muito a desejar:
«Se és avançado do Manchester United tens de te mostrar. Mas a forma como corre, o timing, o jogo de contenção… nada bate certo».
Mesmo reconhecendo que a falta de qualidade do coletivo à volta do avançado pode não ajudar, Keane recusa que isso sirva de desculpa:
«Claro que precisa de apoio, mas, pelo amor de Deus, tem de fazer um pouco melhor do que isto de vez em quando. Os grandes clubes têm avançados que conseguem produzir sozinhos. E o Manchester United sempre os teve. Não é só falta de confiança. Falta-lhe determinação, inteligência futebolística. Não vemos nada disso em Hojlund».
A contestação surge numa altura crítica da temporada: o United está a poucos dias de disputar a final da Liga Europa frente ao Tottenham (quarta-feira, 20h00), numa partida que poderá salvar — ou afundar de vez — a época de Ruben Amorim ao leme do colosso inglês.