Minutos antes de sofrer a paragem cardiorrespiratória que viria a ceifar-lhe a vida, Jorge Costa deu a sua última entrevista em direto.
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O eterno capitão do FC Porto, então na função de diretor de futebol dos dragões, falou à Sport TV sobre o arranque da nova temporada, mostrando-se entusiasmado com o trabalho realizado até ao momento. Pouco depois, sentir-se-ia mal no centro de treinos do Olival e seria transportado de urgência para o Hospital de São João, no Porto, onde acabaria por falecer aos 53 anos.
A entrevista decorreu às 12h25 de terça-feira, numa sala interior do centro de treinos, a pedido do próprio. Apesar de visivelmente cansado, Jorge Costa transmitiu entusiasmo e confiança no novo ciclo portista, elogiando o grupo de trabalho e destacando a sintonia entre estrutura, plantel e adeptos.
“Estamos muito satisfeitos, acho que os adeptos estão contentes e ansiosos. O trabalho que tem sido feito tem agradado. Estamos ansiosos para que comece a época”, começou por afirmar.
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Elogios a Farioli e uma nova energia no Dragão
Sobre Francesco Farioli, o novo treinador dos azuis e brancos, Jorge Costa foi peremptório:
“É um belíssimo treinador, estamos muito contentes. Acima de tudo os jogadores estão contentes, acreditam na ideia do treinador. Os adeptos também estão felizes e agora vamos começar o campeonato com a esperança que possamos ter a pontinha de sorte que às vezes nos falta.”
Assumindo que a época passada “não foi positiva”, destacou a exibição frente ao Atlético de Madrid como símbolo da nova ambição:
“Deixámos a imagem do que queremos que seja a época — estádio cheio, uma equipa competente e um bom resultado. Isso tem de ser o mote”.
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O mercado, De Jong e os nomes do plantel
Em relação ao mercado de transferências, Jorge Costa não escondeu que ainda poderiam existir mexidas:
“Estamos a tentar, a dar o nosso melhor. Tudo é possível. Sempre em sintonia com o treinador, que tem carta branca para fazer o que entender, porque temos muita confiança nele”.
Sobre Luuk de Jong, apresentado de surpresa no jogo com o Atlético, confessou o nervosismo pela possibilidade de fuga de informação:
“Ficámos muito contentes com o resultado final. É sinónimo de que o trabalho está a ser bem feito”.
Questionado sobre possíveis saídas, garantiu que o clube tentaria segurar Diogo Costa e Rodrigo Mora, e encerrou a entrevista com uma frase sobre Jota Silva, ligado ao Sporting e ao Nottingham Forest:
“Estamos felizes com o que temos, em princípio será com estes que vamos começar o campeonato”.
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Um último testemunho com alma portista
Foi uma entrevista curta, mas carregada de simbolismo. Um derradeiro momento público de um homem que dedicou a vida ao FC Porto, primeiro como jogador e depois como dirigente. Jorge Costa falou de ambição, de exigência, de paixão. Foi essa a sua marca — dentro e fora de campo.