Horas depois de conquistar o título nacional de futsal no Pavilhão João Rocha, Cassiano Klein e Afonso Jesus surgiram juntos na sala de imprensa para dar voz à emoção e à ambição do Benfica após a histórica vitória frente ao Sporting. O treinador e o capitão das águias protagonizaram um momento de grande simbolismo, lado a lado, a explicar o que tornou esta conquista tão especial — e o que vem a seguir.
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Afonso Jesus: «O golo é de todos»
Foi o próprio capitão encarnado, autor do remate que desviou em Afonso Jesus e acabou por dar o 4-3 final, quem falou primeiro:
«Em primeiro lugar, não me dei conta ao início que tinha sido golo meu. Foi por ter feito de mim campeão pelo clube do meu coração, ao lado das pessoas de quem mais gosto, que sofreram comigo. O que posso dizer é que o golo é de todos».
A emoção deu lugar à exigência e à consciência de que o trabalho está longe de estar terminado:
«Temos de descansar muito, mas temos de ter uma coisa bem ciente: se nos apresentarmos assim como hoje, não voltamos a ganhar. O Sporting não vai parar, e a mentalidade que mostrámos hoje é necessária para voltarmos na pré-época e lutarmos por títulos».
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Cassiano Klein: «Este título é o mais especial da minha carreira»
Mais do que uma vitória, Cassiano Klein vê neste título a consagração de um grupo que não desistiu mesmo quando tudo parecia perdido.
«É o título mais especial da minha carreira, sem dúvida. Quando cheguei, encontrei um clube com profissionais incríveis. Como treinador, digo de coração: sou quem tem menos peso. Era uma equipa que não conseguia vencer, e isso magoava. Ver este grupo vencer é o que mais me marca».
O técnico encarnado deixou ainda um agradecimento especial a Fernando Tavares, vice-presidente responsável pelas modalidades:
«Ficou dois meses das férias dele a correr atrás das coisas. Sou-lhe muito grato. Ele ama muito o clube. Agora que vencemos, queria deixar esse agradecimento».
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A derrota que alimentou a vitória
Curiosamente, Cassiano sublinhou que um dos momentos mais marcantes da época não foi a vitória no jogo 5, mas a derrota na final da Taça de Portugal frente ao Sporting:
«Vi a luta da nossa equipa e vi, no final, alguns adeptos a chorar. Sentes-te impotente. Isso fica na memória. Quando vais treinar, levas isso contigo. É essa batalha diária que marca a diferença».
Humildade para o que aí vem
Apesar do título, Klein foi claro: não há lugar para euforia exagerada.
«Qualquer equipa melhora com um título. Mas quando vencemos, às vezes achamos que resolvemos tudo. Não é assim. Isto foi só uma conquista. Serve para trabalharmos a nossa humildade. Não somos os melhores do Mundo, somos só uma equipa que venceu».
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A mensagem é clara: o Benfica volta a ser campeão, mas a exigência aumenta, e a equipa sabe que o verdadeiro desafio é manter-se no topo. Para Cassiano e Afonso, o trabalho continua — e já começou no apito final.