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23/10/25 às 11:30

Dumoulin troca o ciclismo pelo atletismo e já participou numa maratona

Do ciclismo de elite para o asfalto, Tom Dumoulin continua a surpreender. Saiba mais pormenores e partilhe a sua opinião.

Do ciclismo de elite para o asfalto, Tom Dumoulin continua a surpreender. O antigo campeão do Giro d’Italia, retirado do ciclismo profissional desde 2022, completou no domingo a Maratona de Amesterdão em 2h29m21s, um registo invejável até para corredores experientes. O neerlandês ficou em 116.º lugar entre mais de 23 mil participantes, confirmando a sua notável capacidade física e mental.

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Queria correr abaixo das duas horas e meia, e consegui. Mas foi doloroso e difícil”, admitiu Dumoulin ao jornal Het Laatste Nieuws, descrevendo uma prova de superação e resistência.

O ex-ciclista explicou que o entusiasmo inicial lhe custou caro: “Claro que comecei demasiado rápido. Estava a correr tão bem que pensei ‘logo se vê’. No ciclismo, eu nunca faço isso. Sei o que posso fazer e como controlar o ritmo. Ao correr, também sei, mas simplesmente gosto da sensação.”

Dumoulin acompanhou nos primeiros quilómetros a etíope Aynalem Desta, vencedora da prova feminina, mas por volta da metade do percurso começou a sentir o corpo a ceder. “A meio da corrida, senti tudo a ficar tenso. Pensei que teria de desistir. Parei duas vezes por causa das cãibras”, contou. Ainda assim, manteve-se determinado até ao fim: “Depois de parar três vezes por cãibras e achar que já não conseguiria terminar, consegui aguentar um ritmo suficiente para acabar abaixo das 2h30”, escreveu mais tarde nas redes sociais.

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Quanto à preparação, Dumoulin revelou ter treinado com moderação para evitar lesões. “Treinei até 34 quilómetros a um ritmo fácil. Depois, quebrei completamente. Hoje, fiz a primeira metade em 1h09 e a segunda em 1h20. A quebra foi enorme. Nota-se que não tenho quilómetros suficientes nas pernas”, reconheceu.

Com esta estreia auspiciosa, Dumoulin junta-se a outros nomes do ciclismo que trocaram a bicicleta pelas sapatilhas de corrida. Lance Armstrong, por exemplo, completou a Maratona de Nova Iorque de 2006 em 2h59 e melhorou o tempo para 2h46 no ano seguinte. Mais recentemente, Geraint Thomas revelou ter terminado o seu primeiro Parkrun.

Apesar do sofrimento, Dumoulin terminou com um sorriso — e com a certeza de que a competitividade ainda o move. A sua primeira maratona pode ter sido “dolorosa e difícil”, mas foi também mais uma prova de que o espírito de campeão continua intacto.

André Miguel Rodrigues