A ligação entre os dois nunca foi segredo, mas a forma como Tsimikas descreveu o impacto da perda mostra a profundidade de uma amizade construída dentro e fora de campo.
Kostas Tsimikas falou como raramente se vê num futebolista. Longe das respostas protocolares e do distanciamento habitual, o lateral-esquerdo grego, actualmente emprestado pelo Liverpool à Roma, abriu-se sobre a dor que continua a viver desde a morte de Diogo Jota, vítima de um acidente de viação em Julho.
A ligação entre os dois nunca foi segredo, mas a forma como Tsimikas descreveu o impacto da perda mostra a profundidade de uma amizade construída dentro e fora de campo.
No pulso esquerdo, Tsimikas carrega uma mensagem simples, mas devastadora: Wish you were here – “Gostava que estivesses aqui”. A tatuagem é mais do que uma homenagem; é um ponto de contacto diário com a memória de um amigo que, para ele, se tornou insubstituível. «É muito difícil», confessou. «Quando penso no Diogo, é sempre doloroso. Ele era uma pessoa especial, um tipo muito bom, e passámos muito tempo juntos. Acho que é o mesmo para todos os que jogaram com ele – sentimos muito a tua falta.»
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O luto do jogador cruza-se agora com o processo de adaptação a Itália, onde trabalha sob o comando de Gian Piero Gasperini. Mas, mesmo longe de Liverpool, a ligação emocional não esmorece. «Quando se torna difícil, tento guardar apenas as coisas positivas. Temos de viver a vida… e embora seja doloroso nesta situação, nunca devemos deixar de pensar nele. Ele está sempre connosco e nos nossos corações.»
A carreira de Tsimikas teve momentos marcantes no Liverpool, incluindo o penálti decisivo que marcou na final da FA Cup de 2022, e que o próprio descreve como o ponto alto da sua vida desportiva – um instante que também imortalizou numa tatuagem. Mais do que títulos ou estatísticas, leva consigo uma identidade construída na cidade inglesa: «Eu era o Greek Scouser e sê-lo-ei sempre. Levarei isso comigo para toda a vida. Tenho saudades da cidade… As pessoas são muito amáveis, das mais simpáticas que já conheci no futebol.»
A conversa terminou com uma reflexão sobre a própria profissão, marcada por altos e baixos, muitas vezes mais profundos do que o público imagina: «O talento não é tudo… O mais importante é isto: trabalhar arduamente, nunca desistir e ser capaz de aceitar toda esta tristeza. Sabe, o futebol é um jogo com muita tristeza e sucessos limitados.»
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As palavras do lateral deixam a sensação de que a morte de Diogo Jota deixou um vazio impossível de preencher, mas também de que a sua memória continua viva, não apenas na tatuagem ou nos momentos partilhados, mas no impacto humano que teve naqueles que o conheceram de perto.