Pedro León abriu o livro sobre os meses conturbados que viveu no Real Madrid, na temporada 2010/11, quando se viu afastado por José Mourinho da lista de convocados para um duelo da Liga dos Campeões. Agora com 38 anos e a representar o Real Murcia, o espanhol falou sem rodeios sobre a “tempestade” que marcou a relação com o atual treinador do Benfica.
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Comprado ao Getafe por cerca de dez milhões de euros, o extremo revelou que nunca entendeu os motivos que levaram Mourinho a deixá-lo de fora, recordando a célebre conferência em que o técnico desvalorizou a polémica ao dizer que se falava de si como se fosse uma estrela mundial.
“Vocês falam de Pedro León, e parece que estão a falar de Zidane ou de Maradona”, disse Mourinho à época. “Pedro León é um ótimo jogador, mas é um jogador que, há dois dias, jogava no Getafe”.
Confrontado agora com essas declarações, o espanhol garante que não foi isso que mais o magoou.
“Vou ser sincero, não me magoou. Isso não me magoou. O que me magoou foi não saber o porquê. Eu não sabia o porquê, e continuo sem saber o porquê. Não sei o porquê”, afirmou, admitindo que as justificações que lhe foram dadas nunca fizeram sentido.
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“A verdade é que podem ver esse jogo. Podem ver que, em nenhum momento, fiz um espalhafato ou faltei ao respeito. Nada, nada, nada. Eu não sabia o porquê. Não sei o que fiz. Um dia era porque tinha aquecido mal, contra o Levante. Noutro dia, era porque, à entrada para o ginásio, tinha dito que tinha de jogar...”, lamentou.
Apesar da relação conturbada, Pedro León evita classificar Mourinho negativamente como treinador. Questionado se o português é um bom técnico, respondeu apenas: “É um bom motivador. Sobretudo ao princípio, porque ele chega e acreditas na mensagem.”
Ainda assim, admite que o desfecho no Real Madrid deixou marcas e poderá ter alterado o rumo da sua carreira.
“Sim. Penso que, se tivesse acontecido de outra maneira, talvez a minha carreira desportiva tivesse sido diferente, mas não lhe guardo rancor”.
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O jogador confirmou também que nunca mais voltou a falar com Mourinho: “Joguei contra ele quando ele estava no Real Madrid, mas não nos cruzámos”.
E rejeitou a ideia de um encontro para conversarem sobre o passado.
“Não. Está tudo bem. Ele está bem em Portugal, e eu estou bem em Murcia”, disse, entre risos, encerrando assim um capítulo que continua envolto em dúvidas e que, mais de uma década depois, ainda o acompanha.