António Bagão Félix considerou que a inédita segunda volta das eleições do Benfica recomeça sem vantagens para nenhum dos candidatos.
Em entrevista à CMTV, António Bagão Félix considerou que a inédita segunda volta das eleições do Benfica, marcada para 8 de novembro, recomeça sem vantagens para nenhum dos candidatos.
“Os dois candidatos partem do zero. O Rui Costa não parte dos 42% e o Noronha Lopes dos 30%. Partem do zero”, afirmou o economista, destacando ainda a forte mobilização dos sócios nesta fase eleitoral.
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Para Bagão Félix, o principal desafio de João Noronha Lopes será convencer o eleitorado mais conservador.
“Os 50 votos são, normalmente, votos muito conservadores, têm mais dificuldade em mudar, em passar para outra lista. A mudança que Noronha propõe é com confiança e moderação, não significa rotura. É uma mutação”, explicou. O candidato ao Conselho Fiscal salientou ainda que os candidatos “não se medem por títulos ou jogadores, mas pelos meios, métodos e capacidade de gestão e do risco”.
O antigo ministro das Finanças defendeu a honorabilidade de João Noronha Lopes, rejeitando comparações insultuosas.
“Houve coisas insultuosas, de que seria um novo Vale e Azevedo. É insultuoso. O Noronha está para servir o Benfica e não para se servir do Benfica. Faz da verdade, transparência e rigor — e não da fraude e da batota — a sua ação. É um homem com provas dadas, tem currículo”, afirmou.
Com vista à nova fase da campanha, Bagão Félix apelou a uma discussão centrada no futuro e marcada pelo respeito mútuo.
“É importante, agora na segunda volta, que não se fale do passado, acabou. É preciso que o candidato possa falar dos caminhos a seguir, dos meios a alcançar e do equilíbrio entre o desportivo, económico, financeiro e associativo”, referiu, acrescentando que “os sócios vão votar com algum critério racional e menos emocional”.
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Sobre Rui Costa, o candidato reconheceu que a presença de José Mourinho é um trunfo para o atual presidente.
“Tem um para-raios que se chama José Mourinho. É um bom para-raios, foi uma excelente escolha de Rui Costa. José Mourinho está naquela fase em que gera uma grande expetativa e isso é o ativo patrimonial para as eleições”, afirmou, destacando ainda que “é um grande treinador, comunica muito bem e os benfiquistas sentem-se mais representados”.
Por fim, Bagão Félix explicou a razão que o levou a integrar a lista de Noronha Lopes.
“Só aceitei porque vi em Noronha Lopes um candidato forte, que faz o pleno de benfiquismo, capacidade e honorabilidade. De outra maneira, nunca seria candidato”, revelou. E deixou um elogio pessoal ao candidato que apoia: “Conheço bem o Noronha e tem uma característica que aprecio muito: é exigente com os outros, mas, primeiro, é exigente com ele próprio. É esse o primeiro teste que coloco quando alguém me convida.”
Bagão Félix concluiu reafirmando que a candidatura que integra “não veio para dividir, veio para congregar”, acreditando que o debate nesta segunda volta será mais equilibrado, esclarecedor e digno da história do Benfica.
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