Beto, um dos heróis da conquista do Euro 2016, abriu o coração sobre o estado depressivo que enfrentou no final da carreira e durante a sua passagem pelo Sevilha.
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Em conversa com António Raminhos no podcast “Somos Todos Malucos”, do Observador, o antigo guarda-redes revelou como a falta de propósito o levou a procurar ajuda psicológica.
🗣️ “Parecia que tinha tudo, mas trocava tudo por um sorriso”
• “Entrei num declínio e precisei de ajuda. Entrei num estado depressivo. Eu era triste, sem propósito. Levantava-me sem objetivos”, confessou.
• “Diziam-me que eu tinha tudo: dinheiro, uma casa, família… Mas trocava isso tudo por um sorriso”.
• O antigo guardião recorreu à terapia durante dois anos e meio, mas admite que a abandonou recentemente: “Comecei a sentir-me bem e a encontrar objetivos, por isso deixei. Mas não deveria ter deixado”.
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🇫🇮 Rumou à Finlândia para encontrar motivação
• Depois de sair do Farense, em 2021, esperava receber convites que nunca chegaram: “Iludi-me com a chamada que ninguém fez e a mensagem que ninguém mandou”.
• O HIFK Helsinki, da Finlândia, surgiu como uma tábua de salvação: “Só tinha um bocadinho de motivação porque a tinha em casa. Fui o gajo mais feliz do mundo a treinar num sintético com 40 anos”.
💥 Frustração e revolta no Sevilha: “Parti umas quantas coisas em casa”
Beto é uma figura icónica do Sevilha, tendo conquistado três edições da Liga Europa, mas o final da sua passagem pelo clube foi marcado por lesões e frustração.
• “Regresso de lesão e o Unai Emery coloca-me logo a jogar, mas rebento o joelho na 3.ª jornada.”
• “É difícil saber que os teus colegas vão treinar e tu não podes. Chorei muitas vezes sozinho.”
• A lesão afastou-o da titularidade e o próprio admitiu que não aceitou bem a suplência:
• “Fui um espantalho. Achava que tinha direito de jogar e não aceitei bem ser suplente.”
• “O Emery chamou-me e disse: ‘O Sergio Rico está a jogar e tu estás a prejudicar o rendimento dele com a tua atitude’.”
• “Ele deixou de me convocar. Parti umas quantas coisas em casa. Só pensava: ‘Devo ter feito muita m****’”.
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No final da temporada, apesar da frustração, recebeu uma despedida digna: “Disseram que só faltava meter uma estátua minha no clube, mas os nossos caminhos tinham de se separar”.
🎙️ Reflexão sobre saúde mental no desporto
A história de Beto volta a colocar em evidência a importância do acompanhamento psicológico no futebol. O ex-guarda-redes deixa um alerta para a necessidade de dar mais atenção ao bem-estar dos atletas, algo que, felizmente, começa a ser cada vez mais falado no mundo do desporto.
🔴 Que impacto podem ter as dificuldades emocionais no rendimento dos jogadores?