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Nacional
16/12/25 às 13:13

A estratégia silenciosa de Mourinho que está a fazer Pavlidis marcar mais no Benfica

Vangelis Pavlidis atravessa o melhor momento desde que chegou ao Benfica e os números não deixam margem para dúvidas.

O hat trick apontado na vitória frente ao Moreirense veio confirmar uma tendência clara: o avançado grego está mais eficaz, mais presente nas zonas de finalização e, acima de tudo, mais confortável dentro do modelo de jogo da equipa.

Por detrás dessa evolução está um trabalho específico de José Mourinho, pensado ao detalhe para potenciar as melhores características do ponta-de-lança encarnado.

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Aos 27 anos, Pavlidis soma já 19 golos em 28 jogos com a camisola do Benfica, um registo que ganha ainda mais relevo quando comparado com o início da temporada. Nos primeiros dez encontros, ainda sob o comando de Bruno Lage, o internacional helénico apresentava uma média de apenas 0,4 golos por jogo, precisando de mais de duas partidas para marcar. Desde que José Mourinho assumiu a equipa, essa média praticamente duplicou para 0,8 golos por jogo, aproximando-se do impressionante registo de um golo por encontro.

Esta melhoria não surge por acaso. Para lá do crescimento coletivo da equipa, Mourinho tem apostado num trabalho individualizado com vários jogadores, algo que já havia sido notado em casos como Richard Ríos ou Samuel Dahl. Pavlidis é mais um exemplo dessa abordagem personalizada. O treinador acredita que o avançado pode ainda evoluir como finalizador e entende que essa evolução passa, em grande medida, por pequenas correções posicionais e pela gestão do desgaste físico.

Uma das ideias-chave de Mourinho passa por manter Pavlidis mais próximo da baliza adversária. O técnico tem insistido para que o grego saia menos da área, sobretudo da pequena área, evitando deslocações constantes para zonas mais recuadas do terreno. O objectivo é claro: reduzir o desgaste físico, preservar energia e garantir maior lucidez nos momentos de decisão. Com mais frescura, Pavlidis surge mais vezes em condições ideais para finalizar e isso tem-se refletido diretamente nos números.

Naturalmente, Mourinho reconhece que a eficácia do avançado está intimamente ligada à produção ofensiva da equipa. Pavlidis só pode marcar mais se o Benfica criar mais, e essa ligação entre coletivo e individual é assumida internamente como inquebrável. Ainda assim, o treinador acredita que, bem enquadrado no sistema, o ponta-de-lança pode elevar ainda mais o seu rendimento.

Para além do plano táctico, houve também uma clara preocupação com o lado emocional. Mourinho procurou retirar pressão a Pavlidis, deixando-lhe bem claro que conta com ele como peça fundamental para devolver o Benfica aos lugares cimeiros. Essa confiança tem sido pública e consistente, algo que ficou bem patente nas declarações após a vitória sobre o Moreirense.

Na conferência de Imprensa, Mourinho fez questão de elogiar o avançado não apenas pelos três golos marcados, mas sobretudo pela atitude e compromisso com a equipa. “Fico extremamente contente, em primeiro lugar, pela maneira como aceitou não jogar contra o Nápoles”, sublinhou o treinador, acrescentando ainda que Pavlidis “estava fresquinho e poderia ter marcado quatro golos”, numa referência a um penálti que considerou não ter sido assinalado.

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Com menos desgaste, mais confiança e um enquadramento táctico pensado à medida, Pavlidis começa a justificar plenamente a aposta. E, ao que tudo indica, Mourinho acredita que o melhor ainda está para vir.